à procura de boa disposição


há dias em que a boa disposição só chega com o "efeito calvin". estou a fazer um esforço!

....das pequenas coisas

ando à volta de pequenas coisas e mesmo assim nem essas sei dar.
tenho pequenas coisas e mesmo essas não consigo mostrar aos outros.
sou feita de pequenas coisas e mesmo pequenas coisas não sei ser.
sou tão pequena que às vezes desconfio que sou mesmo pequenina em tudo.

pequenas coisas e coisas pequenas... pode ser que um dia tudo valha a pena.

Coisas pequenas são
coisas pequenas
são tudo o que eu te quero dar
e estas palavras são
coisas pequenas
que dizem que eu te quero amar.
Amar, amar, amar
só vale a pena
se tu quiseres confirmar
que um grande amor não é
coisa pequena
que nada é maior que amar.
E a hora
que te espreita
é só tua.
Decerto, nao será
só a que resta;
a hora
que esperei a vida toda,
é esta.
E a hora
que te espreita
é derradeira.
Decerto já bateu
à tua porta.
A hora
que esperaste a vida inteira,
é agora.
(Madredeus: Coisas Pequenas)

para o efeito tanto faz

Autoritárias, paralisadoras, circulares, às vezes elípticas, as frases de efeito, também jocosamente denominadas pedacinhos de ouro, são uma praga maligna, das piores que têm assolado o mundo. Dizemos aos confusos, Conhece-te a ti mesmo, como se conhecer-se a si mesmo não fosse a quinta e mais dificultosa operação das aritméticas humanas, dizemos aos abúlicos, Querer é poder, como se as realidades bestiais do mundo não se divertissem a inventar todos os dias a posição relativa dos verbos, dizemos aos indecisos, Começar pelo princípio, como se esse princípio fosse a ponta sempre visível de um fio mal enrolado que bastasse puxar e ir puxando até chegarmos à outra ponta, a do fim, e como se, entre a primeira e a segunda, tivéssemos tido nas mãos uma linha lisa e contínua em que não havia sido preciso desfazer nós nem desenredar estrangulamentos, coisa impossível de acontecer na vida dos novelos e, se uma outra frase de efeito é permitida, nos novelos da vida.
Saramago; 2000:71 (A Caverna)

Resumo: para começar pelo princípo basta tirar os nós do novelo da vida. no final vou conhecer-me a mim mesma e vou concluir que querer é poder.

honestamente prefiro outras frases de efeito menos complicadas: "boa continuação"; "tá tá" ou "então tá", "porta-te bem"..... e outras que tais....

bem, bem... isto está a corre mal

como a monotonia podia chegar a passos largos ... a minha fritadeira resolveu pegar fogo! nada de grave, se os móveis da cozinha não fossem de madeira... e da boa (para arder!)

mais voltas? não!

à noite voltei a ter medo do escuro. uma insónia pelo meio e uma raiva enorme das voltas que a minha vida deu logo pela manhã. vou colocar um cartaz lá em casa: "quero a monotonia só para mim!" espero que resulte!

lição n.º1

apesar de seres professor suponho que ontem fui eu a fazer o sumário da aula. não incluia "resumo da matéria dada na aula anterior" mas falava da nova estratégia de marketing na sociedade comtemporânea. matéria nova, é certo, mas muito mais cativante do que aquela que um dia aprendemos juntos. como vês é fácil gostar de ti de uma forma inteiramente livre sem segundas ou terceiras intenções. a maioria dos nossos colegas de carteira ainda não percebeu como é bom dar-te presentes, sorrir contigo, contar o dia que passou, falar do trabalho ou então sentarmo-nos nas escadas de minha casa e comer doces. só te digo que estou à espera de jeropiga para comemorarmos o Verão de S. Martinho.

perfiro amigos a não-amigos! está bem, está bem, sou louca! só gosto de ti da mesma forma que tu gostas de mim. só gosto dos outros na medida que os outros gostam de mim. não vale a pena mentir, precisamos uns dos outros.

depois do silêncio é difícil escrever

sabia muito bem em que divisão administrativa de Portugal estava, em que distrito, concelho, freguesia ou lugar. sabia que sistema montanhoso me rodeava cada vez que olhava do alto do terraço. sabia que rocha-mãe estava a pisar no jardim, sabia o nome de quase todas as árvores daquele bosque verde. sabia porque estava o céu cinzento e depois um azul lindo. sabia que conventos estavam no horizonte. sabia tantas coisas que a geografia física me fez lembrar.

sabia tudo e não sabia nada... não sabia o quanto Tu gostavas de mim e o quanto eu gostava de Ti. às voltas com o Amor, em volta do Amor fui tropeçando na ideia de estar a ser levada ao colo e de estar a ser adorada por alguém muito especial. sorri os três dias e chorei no último minuto em que tive a certeza que era feliz.

quando regressei a casa senti-me em casa (recebi mais do que dei mas amanhã prometo compensar os amigos). tive direito a conversas, a telefonemas, a um novo amigo com sabor a pasteis de belém (quentinhos e com canela), a beijos no nariz e a um gelado de morango. e novamente sorri e voltei a chorar porque tenho a certeza que sou feliz.

e nunca é tarde... porque tudo o que Te disse (já lá vai um mês) está no caminho certo (deu tudo tão certo que quase arriscava a fazer uma nova lista dos "nunca é tarde").

futuro

os outros acreditam mais no meu futuro do que eu. os outros têm planos para o meu futuro e eu não tenho. os outros imaginam o meu futuro e eu não imagino. os outros dão consehos ao meu futuro e eu não. os outros dizem que sim ao meu futuro e eu ainda não acredito nele....
é bom saber que os outros falam do meu futuro. ou não.
hoje vou começar a pensar no meu futuro, ou melhor, hoje vou começar a pensar no meu futuro em silêncio. nunca fui de muitas palavras mas agora vou ter de as dizer só para mim e para Ti e seja o que Tu quiseres.

obrigada

ontem disse descaradamente a um amigo que gosto dele! ele disse descaradamente que eu o conheço como poucas pessoas e que somos demasido parecidos em quase tudo: ele assumiu o compromisso de ser padre, eu assumi o compromisso de gostar dele.
há pessoas que nunca, mas mesmo NUNCA, saem de nós. ambos assumimos o compromisso de gostar um do outro e descaradamente será para sempre.
tenho pena não ser capaz de assumir isto com mais pessoas. a vida cheia de compromissos sérios e seguros seria mais bonita!

?

é mais fácil arrepender-me do que fiz ou do que não fiz e queria muito fazer?

eu sei....

Ontem estive rodeada de pessoas que precisavam de mim e que precisavam muito muito de Ti. fugi delas e fingi que estudava. nem sempre é fácil acreditar que estas pessoas vão ter mais do que têm no dia de hoje, não sei o que lhes irá acontecer nos próximos dias.
também é difícil acreditar, descansar, confiar que aquilo que Tu sabes e que queres será um futuro melhor. eu sei... mas custa muito deixar de pensar nas incertezas para passar a acreditar nas certezas que não estão por perto.
acho que ontem fiquei com as tristezas das outras pessoas e que, tal como elas, aguardo as Tuas vontades.
vá lá, anda....


Eu sei...
Se eu voar, sem saber onde vou...
Se eu andar, sem saber quem sou...
se eu falar, e a voz soar com a manhã
Eu sei...

Se eu beber dessa luz que apaga a noite em mim,
E se um dia eu disser que já não quero estar aqui,
Só Deus sabe o que virá,
Só Deus sabe o que será,
Não há outro que conhece tudo o que acontece em mim!
Se a tristeza é mais profunda que a dor..
Se este dia já não tem sabor...
E no pensar que tudo isto já pensei...
Eu sei...
Se eu beber dessa luz que apaga a noite em mim,
E se um dia eu disser que já não quero estar aqui,
na incerteza de saber o que fazer, o que querer,
Mesmo sem nunca pensar, que um dia vais pensar...
Não há outro que conhece tudo o que acontece em mim...!
(Sara Tavares "Eu sei")

cheiro da cidade

falar da cidade dos sentidos implica que pense no cheiro desta cidade.
nos últimos dias tenho aproveitado os finais de tarde ou os inícios da noite para passear a pé ou de carro (mas com as janelas bem abertas). esta cidade cheira bem: cheira a primavera, cheira a árvores, cheira a flores, cheira a relva molhada, cheira a rio, cheira a sol, cheira a tudo isto misturado. dou por mim a inspirar vezes seguidas para ver se levo este cheiro para dentro de mim e para dentro da minha casa.
ainda não consegui este efeito de sinestesia

já sabem

faz agora um ano que, em público, fingíamos que não nos conheciamos. apesar de te conhecer até aos 80% não olhava para ti e nem sequer trocávamos beijos. mesmo assim, quando chegávamos a casa faziamos cenas de ciúmes porque não olhávamos um para o outro.
estas últimas semanas fizemos tudo o que sempre fizemos só que agora os outros já sabem que trocamos beijos. os outros já sabem mas eu deixei de saber se me conheço contigo.
acho que preferia quando fingíamos.

resposta ao teu post

ao longo desta semana ando com a palavra coragem na boca.
segunda feira foi dia de alguém assumir com coragem, terça-feira foi dia de ler com coragem, quarta-feira foi dia de visitar aquela casa com coragem, quinta-feira foi dia de pensar novamente a coragem e sexta-feira espero que seja um (re)esquecer com coragem.
sabes bem que para estas coisas não tenho coragem mas como amanhã é sexta-feira nem vale a pena pensar em te dizer que hoje teria coragem para te ver.
é tudo muito estranho e só tenho pena que nada tenha sido feito com....

saudades do meu diploma

um dia desta semana acordei a pensar em sapatilhas de ponta cor-de-rosa, em meias brancas, no meu fato cor-de-rosa, no meu cabelo apanhado e em música clássica. 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e por aí adiante. todas as posições de ballet que eu sabia fazer e que agora já nem sei se vou ficar meses a (re)aprender de novo.
cheguei a fazer os testes para a Academia Inglesa de Ballet e tinha, até à bem pouco tempo, o diplona na parede do meu quarto. talvez por o ter tirado é que fiquei com saudades dele e com saudades dos meus finais de tarde que eram passados dentro de uma sala enorme, cheia de espelhos e com duas barras laterais. A professora berrava comigo muitas vezes pelos quilos a mais e por nem sempre estar atenta. sempre preferi improvisar e foi no improvisso que tive a melhor nota. Quando a professora começava a tocar piano, quantas não foram as vezes que saltei para o meio da sala e começava a dançar. acho que é das poucas vezes que me lembro de perder a timidez.
e já passaram mais de 12 anos desde a última vez que pisei o palco do TAGV.
continuo com quilos a mais para ser bailarina mas suponho que no ballet, mais do que na vida real, uns quilos a mais não fazem mal. o que importa é a capacidade de ser leve, a graciosidade, a beleza dos movimentos, a música dentro das sapatilhas, o sorriso dentro da cara, a vontade dentro dos braços... para a semana (re)começo as minhas aulas de ballet.


vou tentar escrever mais umas estrofes na música da Adriana Calcanhoto.....

Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo temum primeiro namorado
Só a bailarina que não tem

rhtykiyplgxsdjhsry

não me apetece escrever apetece-me disparatar!
parahsod askufdhfep loidfrdgrlç pisfeftrek, kjoujgrfe, dsfwgerg gai sjdo suafala askfbso açadefoi sjtuhdh. liuafwrgwdaf JHAefrehk cadfgtht kjgsrhtruyk sdafskjgte ljlsfgaeh

queres cara ou coração?

com dois amigos já falei sobre isto...é tema recorrente nas nossas conversas.

se não ando sempre com um espelho na carteira e se não tenho um espelho em todas as paredes por onde passo, como é que eu posso dar importância às borbulhas, ao herpes e às olheiras. Só consigo olhar para os meus braços e mãos e parte do meu corpo. quanto muito, partiria para uma definição de beleza, de mim própria, partindo do que vejo e não do que vejo de vez em quando.
assim, mais do que as mãos esguias a minha beleza está no meu dia a dia e na forma como me entrego às coisas (julgo, pois nem sempre há beleza nisto tudo!).
também às vezes gosto desse teu "entregar", dos teus telefonemas a pedir carinho, das tuas conversas a pedir a minha presença, da tua música a pedir que a cante contigo, da tua poesia a pedir que a viva contigo, da tua loucura a pedir que a compreenda. talvez desta forma percebas que gosto de ti não pela tua carinha laroca mas pelo que queres e sabes entregar.

mas num ataque de lucidez... porque raio é que palmo e meio de cara vale mais do que palmo de meio de verdade?

das tuas eu faço as minhas palavras

porque foste tu que me trouxeste estas palavras para junto da minha cabeçeira, porque tu já me disseste estas palavras e porque tu me mostraste como é bom dizer o amor em palavras.
porque ontem, mais uma vez, vieste a horas estranhas a minha casa e me disseste palavras nada estranhas - porque foram escritas muito antes de tu e eu existirmos.

porque eu só mudaria o sentido destas últimas palavras.....

O sal da língua
Escuta, escuta: tenho ainda uma coisa a dizer.
Não é importante, eu sei,
não vai salvar o mundo,
não mudará a vida de ninguém - mas quem
é hoje capaz de salvar o mundo
ou apenas mudar o sentido da vida de alguém?
Escuta-me, não te demoro.
É coisa pouca, como a chuvinha que vem vindo devagar.
São três, quatro palavras, pouco mais.
Palavras que te quero confiar,
para que não se extinga o seu lume,
o seu lume breve.
Palavras que muito amei,que talvez ame ainda.
Elas são a casa, o sal da língua.
(Eugénio de Andrade)

.... mas isso já tu sabias muito antes de tu e eu existirmos.

índice de criatividade

durante os nossos 4 anos de faculdade dizias sempre que eu era a pessoa mais criativa que conhecias.
criativa porque só eu é que sabia dar títulos engraçados aos nossos trabalhos de grupo; porque choravas sempre quanto eu te escrevia para a Rua do Sol - Rebordões, porque eu é que era a estagiária mais divertida junto dos alunos, porque eu é que pegava na viola e cantava nos jantares de curso, porque eu é que tinha sempre as sapatilhas mais engraçadas, porque eu nunca parava quieta e estava sempre a imaginar coisas para fazermos ..... achavas que eu é que tinha imaginação qb e que eu é que tinha excesso de criatividade. ficavas parada a ver-me fazer as coisas e dizias, muitas vezes, que se pegasses na cola e na tesoura iras estragar tudo. e lá me fui habituando à ideia de, junto a ti, ser uma pessoa criativa.

este fim-de-semana foi tempo de ir comprar a edição do norte do Público e de ir ao teu casamento. depois de ter enfeitado a Igreja onde irias casar pediste-me para eu ler no teu casamento. Nunca o tinha feito em casamentos e a coisa já me soava a diferente. depois de uma cerimónia linda levaste-me para um conto de fadas. nunca tinha estado num lugar tão bonito, num jantar tão divertido e num tempo tão cheio de surpresas. e tudo foi feito por ti. e eu volto a repetir: e tudo foi feito por ti.

no final da festa ainda me mandaste o ramo da noiva para cima. eu entendi que me estavas a dizer: agora vê lá se arranjas um marido tão bonito como o meu e se consegues fazer uma festa tão criativa como a minha.

acho que aprendi contigo, e muito. o meu índice de criatividade ainda vai a meio da tabela.
parabéns miúda linda.

diálogos imaginados

- anda.. levanta-te. o teu irmão já tomou banho. é a tua vez.
-
- não te demores a tua irmã já está vestida e está a tomar o pequeno almoço.
-
- sais a que horas da escola? se saires cedo vamos os 5 andar de bicicleta.
-
- sim, mas professora deixa?
-
- quando é que tens a festa de aniversário do teu amigo?
-
- amanhã vamos comprar as pilhas para o teu carro.
-
- vai estudar senão não te deixo ver televisão! anda, rápido.
-
- já são horas de ir para a cama. meninos, amanhã temos que acordar cedo para ir de férias.

efeito das sapatilhas vermelhas

porque hoje todos os meninos e meninas olham para mim, mesmo os que à partida nunca olhariam para mim.
tenho calçadas umas sapatilhas vermelhas com atacadores vermelhos de seda entrelaçados até aos joelhos.
e porque todos percebem que acabei de sair de casa a ouvir esta "múscia":

Como um raio a rasgar a vida,
como uma flora florir desmedida,
como uma cidade secreta
a levantar-se do chão,
como água, como pão
Como um instante único na vida,
como uma flora florir desmedida,
como uma pétala dessa flora levantar-se do chão,
como água, como pão,
Assim nasceste no meu olhar,
assim te vi,
flor a florir desmedida,
instante único
a levantar-se do chão, a rasgar a vida,
Assim nasceste no meu olhar,
assim te amei,vida, água, pão, raio a rasgar uma cidade secreta
a levantar-se do chão, flor a florir desmedida
(Naifa "Música" José Luís Peixoto)

nova forma de cantar a "menina"

Tenho a particularidade de gostar da palavra "menina".
começei a gostar desta palavra quando ouvia insistentemente a música "acorda menina linda". esta menina soa a alguma coisa que tem o jeito de uma criança, que tem a inocência de uma adolescente e que tem a vontade de amar de uma mulher.
porque ontem à noite fui ver a lua junto ao rio mondego.... descobri uma outra música que vem comprovar o meu gosto pela palavra "menina".

Menina da Lua
Leve na lembrança
A singela melodia que eu fiz
Pra ti, ó bem amada
Princesa, olhos d’água
Menina da lua
Quero te ver clara
Clareando a noite densa deste amor
O céu é teu sorriso
No branco do teu rosto
A irradiar ternura
Quero que desprendas
De qualquer temor que sintas
Tens o teu escudo
O teu tear
Tens na mão, querida
A semente
De uma flor que inspira um beijo ardente
Um convite para amar.
(Renato Mota e Maria Rita)

margaridas, gelados e muita cor

Os sapatos eram brancos - como as noivas usam nos casamentos - e com eles andei de um lado para o outro até de madrugada.
Parece que foi pouco o tempo para estar contigo e contigo e contigo. Não consegui perceber se estavas com o cabelo curto, se tinhas uns brincos novos, quais foram as tuas últimas novidades.
Mesmo assim, senti que estavas por perto, que tu estás mais próxima, que tu tens muito para me contar, que tu continuas a ser o mesmo, que tu me trazes sempre amor, que tu és sempre original nos teus presentes e que tu nem precisas de me dar presentes, que tu nunca te esqueces de mim, que tu me tornas numa pessoa diferente e que tu estarás certamente mais um ano comigo.
Senti que estava rodeada de pessoas muito especiais porque tu e tu e tu são mais do que únicos na forma de ser (e isso encanta-me cada vez mais).
e como estava escrito num livro que recebi de outras mãos: "esta é a mais bela história de amor de todos os tempo". E não é?

caprichos bons e bons caprichos

Todo dia o sol se levanta
e a gente canta ao sol de todo dia
Finda a tarde a terra cora
e a gente chora porque finda a tarde
quando a noite a lua mansa
a gente dança venerando a noite.
Caetano Veloso, Canto de um povo de um lugar

definitivamente hoje tenho o direito de fazer isto tudo junto.
e não me falta a vontade. vamos a isso.

ritual da boa disposição

Porque não.
Sem sentimentos saudositas, que o dia não se presta a isto, estive a noite passada a comemorar um velho ritual, a beber uma bebida clássica, a trincar os repetidos tremoços e a saborear uma verdadeira companhia. os sorisos foram muitos e muitos. rimos das nossas partidas, rimos dos nossos disparates, das horas que não estudámos e das noites que acabavam sempre da mesma maneira. também cheguei a casa como chegava sempre depois de uma noite como esta: bem disposta com o que vivi com aquela companhia. faltou no entanto a mossa mónica sintra que tanto acompanhou e musicou as nossas vidas cruzadas. acho que só mesmo tu é que partilhas este gosto particular de saber as músicas da mónica desde o primeiro ao último êxito.
esta companhia tem-me surpreendido dos pés à cabeça. Fui surpreendida e desafiada à 1.30 da manhã e como sempre bastou um sim para que a história se repetisse.
És grande e sei que a minha alegria é a tua alegria!

o que mudou em tudo isto: aos 24 anos fui contigo para a discoteca, aos 27 vim para casa acabar a minha tese. às 4.30 foi a hora que fechei o computador! já está! és grande e sei que a minha alegria é a tua alegria!

vida mais irreal que as novelas da Globo

nunca tinha pensado muito nisto mas a verdade é que nos últimos tempos tenho sentido muitas e boas coincidências. muitas e boas até ao dia em que recebi um convite para participar numa reunião no estrangeiro: no mesmo país; na mesma cidade; na mesma universidade, no mesmo hotel ... e provavelmente no mesmo restaurante e na mesma discoteca! nunca tinha pensado comprar um bilhete de avião para lá e assustei-me com tantas coincidências.
vou ou não vou? tenho que dar a resposta esta semana e ainda estou a pensar no porquê do convite. vou ou não vou?

"ver a banda a passar"

amahã faz um ano que:

Margarida Franca
Das outras diferente
Tem a cara branca
É do detergente
Margarida Franca
Jamais se habitua aos lábios de alguém
É independente e à sua frente
Não mora ninguém.

É miúda popular ao passar
Nem sempre vai feliz, a petiz
Leva o ar de quem viu
Mil mostrengos num navio
Ou será só mau feitio?


Coitadinha, muito estúpida a guiducha
Com a escova e o secador, uma estucha
Vai esticando os caracóis
Mas se chove não é fixe
Fica a parecer um caniche….

Sempre muito ocupada e dedicada
Sem o seu power point não é nada
No camtil a animar
Ou então a peregrinar

Com as cidades a sonhar!

- e muita coisa se alterou... pelo menos já uso os meus caracóis!


momentos fedorentos

já no final do dia...irritaram-me no meu local de trabalho.
solução:
- fui para o gabinete de uma amiga;
- abrimos a porta;
- ouvimos o Gato Fedorento aos altos berros;
- rimos até chorar...

quem me irritou ficou irritado com as minhas gargalhas, até porque em 20 minutos que durou o Gato Fedorento não conseguiu trabalhar...

melhor que a "maçã de junho"

........ tu és como as cerejas.

livros com laços

a quantas pessoas fez sentido, faz sentido e vai fazer sentido escrever estas velhinhas palavras:

- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra
... Antoine de Saint-Exupéry

com que linhas faço uma flor

"Pede-se a uma criança - desenhe uma flor.
Dá-se-lhe papel e lápis.
A criança vai sentar-se no outro canto da sala, onde não há mais ninguém.
Passado algum tempo, o papel está cheio de linhas, umas numa direcção, outras noutra, umas mais carregadas, outras mais leves, umas mais fáceis, outras mais custosas.
A criança quis tanta força em certas linhas, que o papel quase que não resistiu. Outras, eram tão delicadas , que apenas o peso do lápis já era demais. Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas.
Uma flor.
As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor. Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor.
E a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas... Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor." José de Almada Negreiros

Se apontasse no meu bloco todas as pessoas que ontem me passaram pelo coração ficaria surpreendida comigo mesma. Muitas, algumas sem razão e outras com tanto sentido.
Porque razão é que nos lembramos de pessoas sem sentido e qual o sentido de nos lembrarmos de pessoas com toda a razão de ser? Porque razão nos lembramos tanto e tanto de uma pessoa durante o dia e não somos capazes de lhe telefonar para dizer isso mesmo: "hoje estiveste dentro de mim". Com que sentido trocamos a intensidade das nossas linhas? Com que razão gostariamos de trocar os lugares das linhas? Com que sentido é que andamos sempre com uma boracha nos bolsos para apagar os erros do lápis? Qual o sentido de uma flor que não parece uma flor?

invocar o nome em vão

"Já visitou alguma cidade feita de livros? Um pedaço de terra dedicado exclusivamente à literatura, onde todas as ruas, becos e rotundas têm nomes de poetas ou escritores? onde nos cantos recônditos se encontram livros usados e na parte moderna da cidade se encontram as novidades? Pois bem, se ainda não conheceu nenhum lugar assim, fica a saber que existe um em Coimbra, mais precisamente em Taveiro." Público:21 de Maio.
Apologista de lugares como este fui ver. Fui ver e não gostei que os senhores do Público tenham utilizado o nome de "Cidade" em vão.
O pedaço de terra era afinal uma grande superfície em Taveiro, tecto baixo e sem um céu azul como o de hoje, com um cheiro a tinta e sem um som carcaterístico da minha cidade (Rui Veloso não conta). Não tem referências, não tem símbolos, não tem uma imagem de marca que me tenha feito sentir aquela cidade.
Por isso mesmo não me tentem convencer que as ruas de uma cidade são mesas corridas com livros, que as rotundas são camilhas com livros e que a parte nova de uma cidade seja o último livro do Saramago.
Não-lugar por não-lugar prefiro o Portugal dos Pequenitos.

não

Há pessoas com quem definitivamente não podemos negociar nada.
Para quem me conhece bem sabe que tenho mau feitio, que sou intransigente, que sou exigente, que não abdico dos meus princípios, que não altero a minha forma de sentir o amor e o respeito.
Talvez por isto é que, quando alguém falha nalguma destas duas coisas, não me custa nada deixar de lado uma relação.

Corro o risco de estar convencida que só eu é que sou perfeita, que só eu é que tenho os melhores princípios, mas também evito passar pelos dias com a sensação de perda e de sentir o coração pequenino.

Hoje acordei, outra vez, a sorrir. e muito! só espero que não seja uma ilusão.

ma, mada, madale, madalena

a partir de agora não vou brincar contigo só nas horas vagas... vou brincar contigo sempre.