não-lugares

"se um lugar se pode definir como identitário, relacional e histórico, um espaço que não possa definir-se nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico, definirá não-lugar. A hipótese aqui definida é a que a sobremodernidade produz não-lugares, ou seja, espaços que em si mesmos não constituem lugares antropológicos e que, ao contrário da modernidade baudelairiana, não integram lugares antigos: identitários, classificados e promovidos a "lugares de memória" estes ocupam naquela um lugar circunscrito e específico" Marc Augé:1994:84
A definição não é francamente boa mas é a possível. No nosso dia a dia, nesta pequena cidade, consumimos um conjunto incalculável de não-lugares e, por vezes, em curtos espaços e tempos. Os não-lugares são sítios de ninguém, onde andam pessoas transparentes, sem identidade social e espessura relacional.
Sou apenas um corpo presente quando vou conduzir o meu saxo pela circular extrena, estaciono-o no parque subterrâneo, e vou passear para o Dolce Vita. Estou apenas de passagem. Sou uma utente que só me conhecem o rosto e a identidade quando tenho de pagar alguma coisa com o meu cartão de crédito... até lá sou uma cliente e não a mar, a franca, a menina linda, a quero-te bem.... enfim... depois continuo esta era dos não-lugares, porque definitivamente isto ainda me baralha!