contagem decrescente

porque naquele dia fomos 4 a construir a casa. nessa tarde a casa estava a cheirar a casa e duas meninas e uma porta aberta para dar vida. as cadeiras emprestadas, o candeeiro de balão da outra casa, os livros - muitos livros - arrumados milimetricamente na estante feia.
custa-me fechar caixotes com as coisas que fizeram sentido, custa-me que alguma coisa ganhe pó numa garagem, custa-me dar o que me foi dado, só porque a vida vai ser outra. custa-me perder o cheiro da casa n.º1, nem que esse cheiro seja o de dois gatos tipicamente mimados. custa-me não ter o sol das escadas para comer o macdonalds aos domingos, custa-me não ter a janela para ver o bairro iluminado. custa-me perder o cheiro a scones ou do bolo de chocolate. custa-me não ter o terraço para as festas no verão, lá para junho, quando a vida faz sentido. custa-me fechar caixotes com as coisas que fizeram sentido.

2 Comments:

At 4:45 da manhã, Blogger clarisca said...

o quê? vais para uma casa sem terraço? não faz mal que no teu coração cabe toda a gente! e desculpa ter estado no primeiro dia e estar a faltar nos últimos...

 
At 8:01 da manhã, Blogger mar said...

ainda me partias uns copos :) estou a brincar... vais ser mais precisa para a outra mudança na minha vida.

 

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