processo de criação

certamente que a mais pequena andaria pela sala, de um lado para o outro, a mexer nas canetas de cor, a ver o ruca ou a pedir bolachinhas. andaria por ali.
as outras maiores andariam de volta do ecrã, dos números que dão origem ao rosa, do tipo de letra mais elegante que o arial, da espiral e do tipo de papel.
deve ter sido um processo de criação com vários nomes, embora só dois estejam na capa.
está lindo o rosa e o cinzento
e assim nasceu um livro. o livro.

um convite, um livro e uma ementa


há muita luz nos meus olhos e muita luz nos teus olhos





m

tiro dias de férias daqui e dali, porque não consigo escrever. porque seria mais fácil escrever quando os dias são pequenos. porque os dias têm olhos azuis e as palavras são inversamente proporcionais à largura de um coração.
mas
ontem tirei férias porque o dia foi inteiro e as férias das palavras aqui não fazem sentido. porque há sempre oportunidade para escrever "Parabéns" ou um simples "Obrigada" pelos sorrisos ao final do dia.
que dia!

mudanças de casas

é uma casa muito engraçada...
tem uma mesa e umas cadeiras novas da mesma cor que os sofás
e um cheiro intenso a maracujá, igual ao do chá.
se o sorriso da parede não chegar.. o dela está cada vez maior.
as mudanças e as casas novas e as novas casas são muito lindas.
e num instante.. estão por ai muitas mudanças de casas a acontecer.

fim-de-ano

o passado precisa de tempo e espaço para que seja isso mesmo.
há coisas que estão agarradas à nossa própria estória e que devem ir ficando serenamente distantes.
é tão errado fingir como tentar continuar o que não deve ter continuação igual.
o dia de ontem foi sereno porque estivemos apenas os três, porque as palavras foram iguais aos sentimentos, porque os desejos são sinceros, porque os nossos feitios são diferentes mas porque a vida vai ser apenas uma.
e porque o novo ano vai ser igual ao que passou, sem mais nem menos.