Alta em alta



Já passaram algumas horas. Consigo enumerar quantas vezes não pensei em ti.
Não saí de casa para que um espaço me lembrasse um tempo com saudade. antes pelo contrário. ali tudo era literalmente desconhecido de ti.
Quantas voltas dei a este pedaço de cidade. Sim foram muitas.
Algumas escadas como as do quebra-costas, becos que não conhecia nem tinham a tua presença. O Largo da Sé Velha e uma casa grande e branca com cheiro a framboesas. Entrei em duas igrejas ocupadas por quem tinha na mão não um terço mas uma máquina fotográfica. Não dei milho aos pombos e por onde passei não deixei as paredes escritas. Não acendi os candeeiros de ferro antigo, ainda faltava muito para a noite chegar.
Voltei a subir mais umas escadas, mas a saia de ganga era travada e não me deixava continuar esta maratona fotográfica.
Fiquei com muita vontade de voltar a percorrer outras ruas e ruelas e casas e prédios e ladeiras. Sozinha, porque sim. Alta, porque sim… porque estava escrito que o meu final de tarde não seria a mergulhar no rio Mondego..