a vida é um carrossel

aproxima-se as cinco da tarde e eu já sei da minha companhia. dois amigos especiais enchem-me os finais de tarde, por vezes a hora do jantar e algumas horas durante a noite. conversamos e deitamos a conversa fora. sem que o tema do momento seja o único das nossas conversas, ontem foi dia do Amor. Assumimos o que sentimos, abrimos os nossos estojos e trocamos os lápis de cor, sorrimos e logo a seguir choramos, queremos estar por cá no final do Verão e sabemos que há sempre lugar para mais alguém. independentemente de um querer partir e dos outros se julgarem fixos a esta cidade, sabemos que nos compreendemos muito bem e não importa o emaranhado de indecisões e erros do passado.

Bairro do Amor
No bairro do amor
a vida e um carrossel
onde há sempre lugar para mais alguém
o bairro do amor
foi feito a lápis de cor
pra gente que sofreu
por não ter ninguém
No bairro do amor
o tempo morre devagar
num cachimbo a rodar
de mão em mão
no bairro do amor
há quem pergunte a sorrir
será que ainda ca estamos
no fim do Verão
Eh pá, deixa-me abrir contigo
desabafar contigo
falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
descontrair um pouco
eu sei que tu compreendes bem
No bairro do amor
a vida corre sempre igual
de café em café, de bar em bar
no bairro do amor
o sol parece maior
e há ondas de ternura
em cada olhar
O bairro do amor
é uma zona marginal
onde não há prisões
nem hospitais
no bairro do amor
cada um tem de tratar
das suas nódoas negras
sentimentais
Eh pá, deixa-me abrir contigo
desabafar contigo
falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
descontrair um pouco
eu sei que tu compreendes bem.
Jorge Plama

colocar às claras o que sentimos custa muito. não importa. somos mesmo assim. vocês compreendem.

1 Comments:

At 4:45 da tarde, Blogger PiC said...

E pensava eu que os fogos tinham passado... Que chama! Esta náo destrói... constrói. Obrigado!

 

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