saudades do meu diploma

um dia desta semana acordei a pensar em sapatilhas de ponta cor-de-rosa, em meias brancas, no meu fato cor-de-rosa, no meu cabelo apanhado e em música clássica. 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e por aí adiante. todas as posições de ballet que eu sabia fazer e que agora já nem sei se vou ficar meses a (re)aprender de novo.
cheguei a fazer os testes para a Academia Inglesa de Ballet e tinha, até à bem pouco tempo, o diplona na parede do meu quarto. talvez por o ter tirado é que fiquei com saudades dele e com saudades dos meus finais de tarde que eram passados dentro de uma sala enorme, cheia de espelhos e com duas barras laterais. A professora berrava comigo muitas vezes pelos quilos a mais e por nem sempre estar atenta. sempre preferi improvisar e foi no improvisso que tive a melhor nota. Quando a professora começava a tocar piano, quantas não foram as vezes que saltei para o meio da sala e começava a dançar. acho que é das poucas vezes que me lembro de perder a timidez.
e já passaram mais de 12 anos desde a última vez que pisei o palco do TAGV.
continuo com quilos a mais para ser bailarina mas suponho que no ballet, mais do que na vida real, uns quilos a mais não fazem mal. o que importa é a capacidade de ser leve, a graciosidade, a beleza dos movimentos, a música dentro das sapatilhas, o sorriso dentro da cara, a vontade dentro dos braços... para a semana (re)começo as minhas aulas de ballet.


vou tentar escrever mais umas estrofes na música da Adriana Calcanhoto.....

Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo temum primeiro namorado
Só a bailarina que não tem