amarelo, vermelho, verde escuro, castanho
ao início da tarde fui.
de um lado cheirava ao verão queimado. terra castanha, cor de terra, preto das raizes queimadas, um verde muito escuro. pinheiros e castanheiros onde 4 corvos grandes resolveram poisar as patas. uma águia à beira da estrada que nem se atreveu a entrar por aquela mata escura, onde a madeira se transformou.
do outro lado era o outono, que apareceu sem ter medo e sem dar um único sinal. os mesmos pinheiros, os mesmos castanheiros. verde, verde alface, verde couve, verde azeitona, verde verde. alguns ouriços já no chão e folhas, que de tanto amarelas paralisaram os meus olhos. vi os tons avermelhados de uma estação que desejo.
no meio ia eu, ao longo de 11 Km e completamente sozinha naquela estrada sinuosa. perdi-me na certeza que está na hora de deixar o verão e saltar para a outra margem onde um chá quentinho, uma casa pequenina, os mesmos amigos de sempre e um livro nas mãos. há um ano escrevias "finalmente chove" e eu não gostei que a chuva entrasse nas nossas vidas. e agora percebo o quanto é bom que esta chuva seja ouvida pela noite dentro. acalma os sentimentos e leva tudo o que já devia ser ausente há muito tempo. seguramente quero uma estação que tenha de tudo menos os sentimentos de uma primavera que cedo se arrependeu de viver e de um verão que foi inteiramente vivido para fugir.
e
finalmente chove...
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