na parde do meu quarto

As fotografias que tenho na parede do meu quarto andam comigo de casa em casa. Já as tinha na parede do meu quarto antigo (em casa dos meus pais) e agora estão por lá (na minha casa n.º1). Continuam a fazer o mesmo sentido quando as coloquei pela primeira vez na primeira parede. Gosto das fotografias que se põem na parede e que nunca se tiram porque nunca perdem a validade.
Para além dos amigos tenho um poema já muito velhinho que me enviaram por correio:
"trago dentro do meu coração
como um cofre que não se pode fechar de cheio
todos os lugares onde estive
todos os portos a que cheguei
todas as paisagens que via tarvés de janelas ou vigias
ou de tombadilhos, sonhando
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero"
Álvaro de Campos; Passagem das Horas

Junto a este poema tenho duas paisagens lindas: a primeira é Lisboa com o Tejo ao fundo, a segunda é de Castro Verde sem abetardas. Não sei se aquelas fotografias indicam que o meu mundo continua a ser muito pequenino, não sei se aquelas fotografias são as únicas que tenho no meu cofre; não sei porque escolhi uma cidade e um campo; certo é que não me importaria que aqueles lugares fossem a minha morada durante uns tempos.
Já é tempo de mudar de paisagens e já é tempo de mudar de parede de quarto, mas ainda não sei se é este ano que me apetece conhecer outras casas.

2 Comments:

At 5:35 da manhã, Blogger ramito said...

quando se muda de casa ou de quarto uma vez por ano, aprende-se imensas coisas sobre ti mesma! ha coisas que permanecem comigo onde quer que viva, como os fios dos campos de ferias com estrelinhas...adoro onde vivo! e com quem vivo!...mas o bichinho e mudanca esta sempre a moer...porque sera?

 
At 5:55 da manhã, Blogger mar said...

a primeira fotografia foi tiranda quando, numa tarde linda e cheia de sol, me mostraste os telhados de Lisboa e me levaste a um café no último piso de um hotel. vamos fazer um novo assalto a Lisboa, ramito?

 

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